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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

SÍRIA: UM OLHAR



No dia 4 de Outubro, pelas 18h00, terá lugar no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, a inauguração da exposição fotográfica “Síria: Um Olhar” de Marina Gorlier, com textos de Álvaro Figueiredo.

“A Síria é um país com uma rica herança cultural, fruto de uma longa e complexa história e da diversidade geográfica do seu território. Situada numa região do mundo que abrange as esferas culturais do Médio Oriente e do Mediterrâneo, e fazendo parte do chamado Crescente Fértil, aqui podemos seguir os passos da história da humanidade como se de um vasto museu se tratasse, incluindo os primórdios da vida sedentária e a adopção da agricultura há cerca de 10.000 anos, e assistir ao desenvolvimento da escrita pelas primeiras civilizações urbanas no vale do rio Eufrates, na Mesopotâmia, durante os V-IV milénios a.C. [...] Este foi também um dos primeiros territórios a ser islamizado, tornando-se Damasco uma das maiores e mais importantes metrópoles do mundo árabe. Situada num vasto e luxuriante oásis que, segundo a tradição, o Profeta Muhammad comparou ao Paraíso, Damasco foi durante o Califado Omíada (661-750) o centro político de um império que se estendia da Ásia Central à Península Ibérica. A decoração e monumentalidade da Grande Mesquita da cidade, construída no reinado do Califa el-Walid (705-715), transmite-nos ainda não só o espírito piedoso do seu tempo, mas também a diversidade étnico-religiosa da Síria. Essa diversidade ainda actualmente visível, resultado de um percurso histórico único e de uma enorme tolerância religiosa e cultural, encontra-se hoje ameaçada por acontecimentos recentes com impacto a
nível internacional. Em Março de 2011, na sequência do movimento denominado de Primavera Árabe, um dos mais importantes acontecimentos do mundo árabe contemporâneo iniciado na Tunísia e no Egipto, a Síria é palco de uma série de contestações populares que reivindicam uma sociedade mais democrática e menos corrupta. No entanto, a resistência por parte do regime do partido Ba’ath e dos seus aliados a uma reforma política rápida, e os interesses externos de vários países que têm como objectivo principal a queda do regime e o desmantelamento do eixo Síria-Irão, resultaram numa prolongada guerra civil com elevados custos humanos e materiais, incluindo, a destruição indiscriminada do rico património arqueológico e histórico do país. Durante o decorrer deste conflito, a DGAM e a UNESCO calculam que apenas 3% dos sítios e monumentos de interesse histórico do país não foram ou não estão a ser afectados pela guerra. [...] Nesta exposição convidamos o visitante a fazer uma viagem pela história milenar desta nação, entre o presente e o passado, através de um registo fotográfico efectuado em 2007 durante uma das viagens do Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia (GAMNA) à Síria, um país rico em tradição e hospitalidade.” (A. Figueiredo)