TEMA APRESENTADO EM AULA ABERTA POR ALVARO FIGUEIREDO
8 de Maio, às 17h., na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Universidade Nova de Lisboa
Av. de Berna, 26 C, 1069-061 Lisboa
Entre o final do século IV a.C. e o início do século II d.C. o reino da
Nabateia ocupava um vasto território localizado no noroeste da Península Arábica
e que, durante o período de sua máxima extensão, incorporava toda a Transjordânia,
o sul da Síria, o Negev e o noroeste da actual Arábia Saudita. A posição
estratégica da Nabateia, entre o Egipto Ptolemaico, a Síria Seleucida e a Arábia,
e, mais tarde, entre Roma e a Pártia, permitiu-lhe controlar o comércio de
produtos aromáticos, sobretudo o incenso proveniente da Arábia Felix, e as
especiarias oriundas do Subcontiente Indiano, desempenhando os árabes nabateus um
importante papel como intermediarios nas rotas trans-arábicas entre o sul da península,
o Golfo Persa e o mundo mediterrânico. Esta actividade mercantil tornou-os bem
conhecidos na antiguidade levando alguns autores seus contemporêneos, como
Diodoro Sículo, Estrabão e os dois Plínios, a deixarem descrições detalhadas sobre
a sua história e cultura. No entanto, a posição estratégica da Nabateia e a sua
prosperidade, acabariam por resultar na sua anexação por Trajano, em 106 d.C.,
e ao estabelecimento em seu lugar da província romana da Arábia.
Durante o decorrer desta aula aberta teremos oportunidade de abordar alguns
dos temas relacionados com a origem dos nabateus, a sua história, lingua e
escrita, religião e actividade comercial, documentados por fontes greco-romanas
da época e pela cultura material dos nabateus.